Em nota, o CFMV informou que a decisão foi tomada por causa das declarações públicas da ex-presidente da classe em Mato Grosso do Sul. A veterinária Sibele Cação seria a favor do tratamento de animais infectados com leishmaniose.
Até setembro, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), foram registrados 278 casos de leishmaniose humana em Mato Grosso do Sul, 14 mortes foram causadas pela doença. Dados da SES mostram que há casos registrados de leishmaniose em mais de 50% dos municípios de Mato Grosso do Sul.
A leishmaniose é uma doença crônica, causada por protozoário leishmania. Comum em cães, é transmitida ao homem por mosquitos flebotomíneos que se alimentam de sangue. Nos cães, os principais sintomas são: fraqueza, queda de pelo, febre e feridas permanentes. Já no ser humano é caracterizada por lesões na pele, podendo também afetar nariz, boca e garganta. Ela também pode afetar o fígado, baço e a medula óssea. Caso não seja tratada pode levar a morte.
A grande polêmica que existe em torno da doença é a maneira como o Ministério da Saúde faz o controle dos animais infectados. Em Campo Grande, o combate a leishmaniose é feito pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) - os agentes borrifam veneno nas residencias para eliminar o mosquito transmissor. Eles também coletam amostras de sangue dos animais e, se o diagnóstico for positivo, é feita uma contraprova e, caso o resultado seja o mesmo, o animal é sacrificado.
A assessoria de imprensa do CRMV/MS informou que não está autorizada a comentar o assunto. A reportagem da TV Morena também tentou falar com a veterinária Sibele Cação, mas não teve retorno.
Confira a nota na íntegra:
“Frente aos questionamentos sobre os motivos que levaram à cassação do mandato da ex-presidente do Conselho Regional de Mato Grosso do Sul (CRMV/MS), o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) esclarece:
Em agosto deste ano, a presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Mato Grosso do Sul, à época, Dra. Sibele Luzia de Souza Cação, foi a público para defender e incentivar o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina, por meio de entrevistas concedidas à imprensa e da divulgação do assunto nos veículos de comunicação interna do CRMV/MS (portal e informativo institucional).
Tal posicionamento teve como desdobramento uma representação encaminhada pelo Ministério Público Federal do Estado do Mato Grosso do Sul (MPF/MS) ao Conselho Federal de Medicina Veterinária. O CFMV e todo o Sistema CFMV/CRMV’s, que compreende os 27 Conselhos Regionais de Medicina Veterinária em todo o País, entende que o tratamento da Leishmaniose Visceral (LV) em animais está efetivamente proibido, pois, atualmente, não existe nenhum medicamento fabricado ou certificado no País que seja eficaz no tratamento e na cura da LV.
O posicionamento institucional do Sistema CFMV/CRMV’s atende à legislação federal, sanitária e criminal; e à determinação do Ministério da Saúde e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Portaria Interministerial n° 1.426/2008, que classifica a eutanásia como único recurso seguro no combate à doença.
Dessa forma e com base nos esclarecimentos citados, o CFMV entende que o posicionamento adotado pela ex-presidente do CRMV/MS contrariou os aspectos técnicos e éticos do tema, vulnerabilizando a sociedade e confrontando o papel institucional e social do Sistema CFMV/CRMV’s. O Conselho Federal entende, ainda, que o Médico Veterinário tem um papel extremamente importante para a saúde humana e deve atuar, também, para garantir a segurança da população.
NOTA
Hoje no Brasil todos os animais com "suspeita" de Leishmaniose devem ser mortos, e o tratamento é proibido.
Não há estudos que comprovem que matar animais resolva o problema, uma vez que a prática da matança acontece há décadas e o índice de casos humanos só tem aumentado.
A Organização Mundial de Saúde NÃO recomenda a eutanásia como forma de controle da doença
Cerca de 48%, dos resultados dos exames atualmente realizados nos cães, tem resultado falso positivo.
O BRASIL É O ÚNICO PAÍS NO MUNDO QUE MATA CÃES COM LEISHMANIOSE... TODOS OS OUTROS TRATAM A DOENÇA
Escreva para o CFMV:
http://www.cfmv.org.br/portal/fale_conosco.php
Prezados Senhores,
Ao contrário do que tem sido divulgado, a OMS e vários pesquisadores questionam a eficácia do sacrifício de animais como medida de combate à doença, visto que mesmo com a matança de animais por sucessivos anos, o número de pessoas infectadas com a doença só tem aumentado.
O Brasil é o único país do mundo que mata animais com leishmaniose como forma de controle da doença. E os resultados globais apresentados pelo Ministério da Saúde denotam que a adoção de tal técnica não tem obtido os resultados esperados.
Passou da hora de discutirmos, de forma ética e responsável, outro caminho a ser tomado em nosso país, desta forma poderemos desenvolver técnicas mais eficazes para diminuir a disseminação da LVC, possibilitando o controle ético e humanitário da doença e o correto tratamento em seres humanos.
Venceu a ignorância e o caminho mais fácil, mata-se o cachorro mas mosquito que voa até 1km, de fome não irá morrer, irá picar outro animal, nem que seja da espécie humana.
ResponderExcluirExistem veterinários que sacrificam seu próprio animal sem pestanejar e existem veterinários que querem salvar qualquer animal, até aquele abandonado pelo seu dono e doente.
A Dra Sibele pertence a esta nobre categoria.
Um dia deixaremos de matar nossos animais pra dar uma "satisfação" num problema que fugiu do controle e as autoridades estão perdidas.
cão é o bode expiatório e azar de quem defendê-los...
É vergonhosa e lamentável a decisão do CFMV. A Dra. Sibele Cação simplesmente expoe a verdade dos fatos e da ciencia. Precisamos aprender a escolher, com urgencia, nossos representante. O Ministério da Saude mente quando fala em controle de vetores, que somente é recomendado por eles quando há casos humanos. Todo médico veterinário que vive em área endêmica de leishmaniose entende e apoia a Dra. Sibele Cação. Parabens a ela pela coragem de manter a ética frente à pressão política do CFMV. Estamos com vc, dra. Sibele Cação!
ResponderExcluirespero que a população sul mato grossense não deixe está vergonha passar em brancas nuvens. que vergonha para nosso estado esse tipo de atuação, é lamentável e deselegante. força dra. sibele, estamos do seu lado.
ResponderExcluirEstou espantado com essas autoridades brasileiras em se oporem com fúria sobre tal fato. Não há nada que cure os cães dessa doença? Mas digo, ainda por conta, que no país ão existe cientistas que possam estudar tratamentos eficazes, ou puro desinteresse.
ResponderExcluirVergonhoso senhores de cabelos brancos e engavatados, vivem em escritórios arcondicionados e só caminham para o lado e tomam um cafezinho,falam abobrinhas no final do dia pegam seus carros e vão para casa... Intelectualizados e podres senhores.