sexta-feira, 13 de julho de 2012

Prefeito volta atrás na decisão de salvar a vida de Scooby, e após ser arrastado em uma moto ele poderá ser morto por ter leishmaniose

Veterinária mostra patas feridas do cão arrastado.
(Foto: Fernando da Mata / G1 MS)
Durante essa semana uma história, que aconteceu em Campo grande -MS, comoveu os brasileiros. Um cão foi arrastado numa moto, pelos próprios tutores, a abandonado no CCZ da cidade, com muitos ferimentos. Os homens o amarraram em uma motocicleta e o arrastaram por cerca de quatro quilômetros


Levados à delegacia os dois homens assinaram um termo de compromisso na delegacia de polícia e foram indiciados por maus-tratos, além de serem multados em R$ 6 mil pela Polícia Militar Ambiental (PMA) por crime ambiental.


Alegaram ter levado o animal ao CCZ depois de ser descoberto que ele era portador de leishmaniose. 


No Brasil um decreto federal do senado, nº 51.838 de 14 de março de 1963, condena todos os animais com Leishmaniose Visceral Canina a serem eutanasiados, e como se não bastasse, uma portaria interministerial, nº 1.426 de 11 de julho de 2008, proíbe o tratamento de cães com a doença com produtos de uso humano ou não registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 


Portanto, de acordo com a legislação brasileira, único país em todo o mundo que mata animais com leishmaniose (todos os outros tratam), o destino do Scooby, depois de tanto sofrimento, estava selado.


É importante esclarecer que em sua recente revisão sistemática a Organização Mundial de Saúde NÃO recomenda a eutanásia como forma de controle da doença, e sugere que o combate ao vetor e a vacinação de animais seriam mais eficazes. Veja aqui


No dia 11 de Julho de 2012, o Abrigo dos Bichos protocolou uma petição no CCZ de Campo Grande com mais de oito mil assinaturas pedindo que a vida de Scooby seja salva. A entidade também pediu a guarda de Scooby. Veja a petição e assine, clique aqui


Pressionado pelo apelo popular o prefeito Nelson Trad Filho declarou em seu facebook, no dia 12 de Julho de 2012, às 14h46m que cumpriria o que determina o Decreto 51.838. Veja aqui


No mesmo dia, às 16h46m, declarou que após reunião com o corpo técnico da prefeitura, foi deliberado que não seria mais realizado o sacrifício do Scooby, e que o animal seria tratado e encaminhado para adoção. Veja aqui.


No dia 13 de Julho, a presidente do Abrigo dos Bichos Maria Lúcia Metello, emitiu uma nota de agradecimento ao prefeito parabenizando-o pela sensibilidade e compaixão. Veja aqui 


Porém para nossa surpresa, infelizmente, o prefeito de Campo Grande Nelson Trad Filho declinou de sua intenção de preservar a vida de Scooby afirmando que pode ter que seguir o protocolo do Ministério da Saúde... eutanásia. Veja aqui.


Não é possível que o Brasil dê continuidade, indo contra o que preconiza a Organização Mundial de Saúde inclusive, a exterminar a vida de cães como forma de controle da doença. À exemplo da Dengue, que é transmitida por um mosquito, o combate deve ser focado no vetor, não na eliminação de cães.


"O cão é o portador mais bem estudado e por isso é considerado o principal reservatório doméstico, servindo como fonte de infecção para o inseto vetor. Porém outros animais como gatos, raposas, gambás, roedores, também são reservatórios da doença." Prof. Dr. André Luis Soares da Fonseca

Mesmo assim... MATAM O CÃO.



ASSINE A PETIÇÃO PARA SALVAR O SCOOBY


Sugestão de leitura:

2 comentários:

  1. Pelo que já ouvi dizer o Brasil não é o único país que opta pela eutanásia em caso de Leish. Mas é verdade que a grande maioria faz o tratamento. Esta portaria absurda precisa ser derrubada. Alguém está tentando isto? E...está provado que Scooby está com Leish? Os exames que fazem não são confiáveis.

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  2. depaula, o Brasil é sim o único país que mata animais com a doença. Existe uma Ação Civil Pública para acabara com a matança, e outra para autirizar o tratam,ento dos animais doentes. As ultimas notícias são de que o Scooby não será morto.

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