terça-feira, 16 de novembro de 2010

LEISHMANIOSE E NÓS

Uma grande parte da população já ouviu falar que Leishmaniose Visceral canina é doença que cachorro "passa".

A LVC ou leishmaniose Visceral Canina é uma zoonose também conhecida como calazar que é transmitida pela picada de um inseto chamado flebótomo/ mosquito palha. Hoje vivemos uma situação crítica em que esta doença antiga e que existia no meio rural, se tornou urbana e está em franca expansão. É uma doença provocada pelo protozoário chamado Leishmania , através da picada de um inseto chamado flebótomo, que é conhecido por vários nomes, como mosquito-palha (pela sua coloração), cangalhinha, etc. O cão é o principal reservatório urbano, mas existem outros animais, como ratos, gambás, primatas, equinos, etc envolvidos na transmissão assim como o próprio homem.

Não há correlação espacial entre a incidência cumulativa de leishmaniose humana com a soroprevalência canina,ou seja, em muitas regiões onde ocorreram casos humanos não existiam cães positivos, segundo Dr. Fábio dos Santos Nogueira, professor da Fundação Educacional de Andradina.

O mosquito age do entardecer até o amanhecer, quando a fêmea faz o repasto. É doença antiga e negligenciada, pois as indústrias farmacêuticas não têm interesse em investir em pesquisas com relação à medicação, porque não vai dar lucro, mas é relativamente nova para a população das cidades. E também é doença que se combate com educação e informação. As pessoas mais propensas a se infectar, pois a Leishmaniose não é doença contagiosa,são as crianças, pessoas desnutridas e imunossuprimidos(com baixa imunidade) e idosos. São vários os sintomas que caracterizam a doença tanto no homem como no cão. Por isso nem todo sintoma no cão é Leishmaniose e isto tem causado um grande número de abandonos de animais.
O que causa a morte das pessoas é a dificuldade de diagnóstico para imediatamente iniciar o tratamento. No Brasil as medidas adotadas para o controle da LVC, são o inquérito canino, sacrifício dos animais infectados, borrifação de inseticidas, etc.

Ocorre que os inquéritos caninos, que são os exames feitos para saber se o animal está infectado ou não, trazem cruzamento de informações com outras doenças, tais como a erliquiose (doença do carrapato), babesia, verminoses, etc. e muitos cães são sacrificados sem nem mesmo ter a doença. Isto é um crime ambiental, matar cães sadios.

A população não recebe informações suficientes sobre o que é leishmaniose, prevenção, como combater o vetor, como proteger seu animal.
Para proteger seu cão, existe a coleira inseticida, scalibor,inseticidas próprios na forma pour on oleosa, uso de inseticidas nos lares a base de Deltametrina e Cipermetrina e vacinas, que atualmente existem duas no mercado, a Leish -Tec e a Leishmune.

O governo na Portaria Interministerial nº 1426 de 11de julho de 2008, proibiu o tratamento da LVC no cão, UTILIZANDO DROGAS PARA USO HUMANO , condenando-o a morte. "O cão não é o vilão" da história, mas sim o mosquito, este é que deve ser combatido, como é dito por muitos pesquisadores.

Como disse o Dr. Fábio dos Santos Nogueira, em uma entrevista no site Mister Animal, em países como a Espanha, França, Itália entre outros, onde a doença é freqüente, o tratamento dos cães é realizado, existe até rações próprias para melhorar o estado nutricional dos cães.

O Dr. André Luis Soares da Fonseca, professor de Imunologia da UFMS ", também reafirma "A Leishmaniose Visceral Canina tem tratamento. O Tratamento da Leishmaniose Visceral Canina pode ser feito utilizando diferentes drogas. As drogas para o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina são muito baratas e podem ser, inclusive, manipuladas em farmácias.

O tratamento da Leishmaniose Visceral Canina exige compromisso tanto do Médico Veterinário como do proprietário. O tratamento da Leishmaniose Visceral Canina não é proibido. O que está proibido no Tratamento da Leishmaniose Visceral Canina é o uso de Medicamentos da linha humana, mas mesmo esta proibição de uso de Medicamentos para o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina está sendo questionada judicialmente pois uma Portaria Ministerial não tem competência legal para proibir um tratamento de Leishmaniose Visceral Canina. Somente a Lei, em sentido estrito, pode impedir o tratamento da Leishmaniose Visceral Canina".

O tratamento é longo, exige compromisso do proprietário, mas é um direito de escolha do mesmo querer tratar seu animal. Existem inúmeras pesquisas que comprovam , tanto no Brasil como no exterior, em que animais tratados, não transmitem a doença, eles apenas portam não colocando em risco a vida humana. A eutanásia de forma indiscriminada não contribui para a diminuição da doença, muito pelo contrário, milhares de cães são sacrificados todos os anos e a doença vem aumentando assustadoramente. As drogas usadas para o tratamento do cão, não são as mesmas usadas pelo governo no tratamento em humanos. No Brasil há uns dez anos é feito o tratamento, é uma minoria que assume este compromisso, por amor ao seu companheiro.

As medidas adotadas pelo governo como controle da Leishmaniose Visceral Canina devem ser revistas, uma vez que os resultados desejados não estão sendo almejados,são muito antigas(quase 50anos),não respeita a importância que o cão tem para o cidadão , principalmente com a proibição do tratamento, não reconhece e desrespeita o trabalho do médico veterinário no direito de exercer a sua profissão e a atual portaria é um programa que não tem mostrado eficiência no combate à doença, como podemos ver os números aumentando no país.




          Rede Bichos  

Referências:
Dr. Fábio dos Santos Nogueira, prof. da Fundação Educacional de Andradina
Dr. Vítor Márcio Ribeiro, prof. da PUC-MG
Dr. André luis Soares da Fonseca prof. da UFMS
ONG Bichos Gerais- BH ONG Fiel Amigo-Campo Grande

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PALMAS-TO Combate ao mosquito e não aos cães

SECRETARIA DA SAÚDE PROMOVE AÇÕES DE COMBATE AO MOSQUITO PALHA


“O cão é, como o homem, uma vítima do calazar. O grande vilão é o mosquito palha, transmissor da doença. É ele que devemos combater” -  Samuel Bonilha, secretário da Saúde de Palmas.


“O cão é, como o homem, uma vítima do calazar. O grande vilão é o mosquito palha, transmissor da doença. É ele que devemos combater” - com essa filosofia, Samuel Bonilha, secretário da Saúde de Palmas, abriu a I Semana das Leishmanioses, com trabalhos de campo, nesta segunda-feira, dia 8, no Jardim Taquari. Amanhã, terça-feira, às 8:30 será a abertura do I Seminário de Vigilância às Leishmanioes, no auditório do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

De acordo com o secretário, para diminuir a reprodução do mosquito palha é necessário que toda a população mantenha seus quintais limpos, livres de matéria orgânica. “O lixo e restos de comida são alimentação dos vetores e enquanto estivermos alimentando-os, vamos ajudá-los a se reproduzir e mantê-los em nosso meio” - alerta Bonilha.

Exame sorológico e controle químico

Mais de 100 agentes de endemias estão espalhados pelos principais bairros de incidência de leishmaniose visceral, como o Jardim Taquari, Santa Bárbara, Jardim Aureny III e região das Arnos, fazendo coleta de sangue de cães para o exame sorológico e controle químico com inseticidas.
“Estamos intensificando trabalhos de rotina que é composto por manejo ambiental, com visitação nos quintais das residências, para detecção de situações de risco; atividades educativas com distribuição de material informativo e a cartilha da posse responsável, que traz a legislação ambiental, os cuidados com os animais e a importância da castração” - informa Claúdio Gilberto, diretor de Vigilância em Saúde.

Doença preocupante

De acordo com o biólogo, Edimar Viana Cruz, responsável Técnico pelas Leishmanioses da Semus, as leishmanioses são um problema crescente em todo o Brasil, tornando-se uma das doenças mais preocupantes da atualidade.



“A transmissão da doença, antes restrita a ambientes rurais, vem se expandido para as áreas urbanas, com facilidade, se transformando em ameaça para a comunidade. Queremos desmistificar o cão como principal agente responsável pela doença e alertar para o mosquito que é o grande vilão.” - enfatiza o biólogo.


O que é a leishmaniose?

A leishmaniose possui duas formas: a tegumentar (LTA) e a visceral (LVC). A visceral, também conhecida como calazar, é a forma mais severa de leishmaniose, transmitida através da picada o mosquito palha. Atinge principalmente órgãos viscerais como fígado, baço e medula óssea.



Sintomas da doença

Os principais sintomas são: febre, aumento do baço e fígado. Humanos e outros animais infectados são considerados reservatórios da doença, uma vez que o mosquito, ao sugar o sangue destes, pode transmiti-lo a outros indivíduos, ao picá-los. Em região rural e de mata, os roedores e raposas são os principais; no ambiente urbano, os cães. Nem todos os cães, quando infectados, apresentam os sinais da doença (emagrecimento, perda de pelos e lesões na pele).

SECRETARIA DA SAÚDE PROMOVE AÇÕES DE COMBATE AO MOSQUITO PALHA


“O cão é, como o homem, uma vítima do calazar. O grande vilão é o mosquito palha, transmissor da doença. É ele que devemos combater” -  Samuel Bonilha, secretário da Saúde de Palmas.

“O cão é, como o homem, uma vítima do calazar. O grande vilão é o mosquito palha, transmissor da doença. É ele que devemos combater” - com essa filosofia, Samuel Bonilha, secretário da Saúde de Palmas, abriu a I Semana das Leishmanioses, com trabalhos de campo, nesta segunda-feira, dia 8, no Jardim Taquari. Amanhã, terça-feira, às 8:30 será a abertura do I Seminário de Vigilância às Leishmanioes, no auditório do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

De acordo com o secretário, para diminuir a reprodução do mosquito palha é necessário que toda a população mantenha seus quintais limpos, livres de matéria orgânica. “O lixo e restos de comida são alimentação dos vetores e enquanto estivermos alimentando-os, vamos ajudá-los a se reproduzir e mantê-los em nosso meio” - alerta Bonilha.

Exame sorológico e controle químico

Mais de 100 agentes de endemias estão espalhados pelos principais bairros de incidência de leishmaniose visceral, como o Jardim Taquari, Santa Bárbara, Jardim Aureny III e região das Arnos, fazendo coleta de sangue de cães para o exame sorológico e controle químico com inseticidas.
“Estamos intensificando trabalhos de rotina que é composto por manejo ambiental, com visitação nos quintais das residências, para detecção de situações de risco; atividades educativas com distribuição de material informativo e a cartilha da posse responsável, que traz a legislação ambiental, os cuidados com os animais e a importância da castração” - informa Claúdio Gilberto, diretor de Vigilância em Saúde.

Doença preocupante

De acordo com o biólogo, Edimar Viana Cruz, responsável Técnico pelas Leishmanioses da Semus, as leishmanioses são um problema crescente em todo o Brasil, tornando-se uma das doenças mais preocupantes da atualidade.

“A transmissão da doença, antes restrita a ambientes rurais, vem se expandido para as áreas urbanas, com facilidade, se transformando em ameaça para a comunidade. Queremos desmistificar o cão como principal agente responsável pela doença e alertar para o mosquito que é o grande vilão.” - enfatiza o biólogo.

O que é a leishmaniose?

A leishmaniose possui duas formas: a tegumentar (LTA) e a visceral (LVC). A visceral, também conhecida como calazar, é a forma mais severa de leishmaniose, transmitida através da picada o mosquito palha. Atinge principalmente órgãos viscerais como fígado, baço e medula óssea.

Sintomas da doença

Os principais sintomas são: febre, aumento do baço e fígado. Humanos e outros animais infectados são considerados reservatórios da doença, uma vez que o mosquito, ao sugar o sangue destes, pode transmiti-lo a outros indivíduos, ao picá-los. Em região rural e de mata, os roedores e raposas são os principais; no ambiente urbano, os cães. Nem todos os cães, quando infectados, apresentam os sinais da doença (emagrecimento, perda de pelos e lesões na pele).

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

CFMV quer discutir a LEISHMANIOSE

Com o objetivo de incentivar a discussão entre os Presidentes do Sistema CFMV/CRMVs sobre os avanços científicos e as diferentes opiniões sobre a Leishmaniose Visceral, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) promove um fórum sobre o tema. O evento será realizado nos dias 22 e 23 de novembro em Brasília, DF. A participação é restrita aos Presidentes de Conselhos do Sistema CFMV/CRMVs e convidados. Os interessados poderão acompanhar as discussões pela internet, em transmissão on line.

“Queremos discutir a situação atual da Leishmaniose Visceral com exemplos do Brasil e do mundo. As palestras irão apresentar diferentes pontos de vista sobre o tratamento, controle vetorial, diagnóstico entre outros para que o Sistema CFMV/CRMVs possa, ao final, discutir, com embasamento científico, seu posicionamento sobre esta doença e suas implicações”, afirmou o Presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda sobre a motivação para organizar o Fórum.

Ele ressalta a importância da participação dos Presidentes de Conselhos Regionais de Medicina Veterinária para que tragam a realidade regional, como também dos convidados que representam o Ministério da Saúde, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Organização Pan-Americana da Saúde, Anclivepa Brasil, Ministério Público, Polícia Federal, Anvisa entre outros. “Será de extrema importância que todas as organizações convidadas participem para que possamos juntos entender os novos resultados e discutir as ações para o controle da Leishmaniose Visceral Canina”, conclui Arruda.

Na programação estão previstas palestras para contextualização sobre a Leishmaniose Visceral nas Américas e Caribe e os desafios e expectativas do Brasil. Sobre temas técnicos serão apresentadas formas de manejo e controle do vetor e apresentação de casos sobre a difusão da doença. No segundo dia, serão discutidas informações sobre o diagnóstico, vacina, tratamento e aspectos legais nas ações de vigilância e controle do Programa de Leishmaniose Visceral Canina.


Assessoria de Comunicação CFMV


Fonte AGRON